Multicampeã e referência mundial: conheça a santa-mariense que é destaque no pickleball

Multicampeã e referência mundial: conheça a santa-mariense que é destaque no pickleball

Foto: APP Tour (Divulgação)

O pickleball é mais um esporte de raquetes que ganhou notoriedade nos últimos anos. Apesar de ser recente no Brasil (chegou em Santa Maria em 2023), a prática já é popular nos Estados Unidos, país em que a santa-mariense Simone Jardim, 44 anos, reside há mais de 25 anos. Ela é considerada por muitos a maior jogadora da história do pickleball e segue construindo um legado importante dentro e fora das quadras.


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De Santa Maria para os Estados Unidos

A relação com o esporte começou cedo. Aos seis anos, Simone passou a jogar tênis no Avenida Tênis Clube (ATC), acompanhando os irmãos Marcelo e Rodrigo. Com oito, ela participou da primeira competição, feito que marcou o início da trajetória na modalidade.

– Eu sempre fui competitiva, desde pequena. Sendo a irmã mais nova, é normal que os irmãos mais velhos sejam melhores que você. Então, eu sempre tive isso da competição, e meus pais deixaram a gente desenvolver essa parte – disse Simone Jardim.

Em Santa Maria, ela estudou nos colégios Fátima e Centenário, mas finalizou o Ensino Médio em Novo Hamburgo. Depois, participou do Orange Bowl, um importante torneio de tênis juvenil nos Estados Unidos, chamando a atenção de universidades norte-americanas que a convidaram para estudar. Em um primeiro momento, ela foi para a Universidade de Auburn, no Alabama, para cursar Administração de Empresas. No entanto, dois anos depois, foi para a Universidade de Fresno, na Califórnia, onde concluiu a graduação de Relações Públicas.

Após se formar, ela passou a atuar como assistente técnica. Em 2008, tornou-se treinadora da equipe de tênis da Universidade Estadual de Michigan, uma importante instituição no esporte universitário, onde atuou até 2016.


O esporte

Praticado de forma individual ou em duplas, o pickleball é disputado em uma quadra menor em relação aos demais esportes de raquetes. A bola é mais leve e possui furos para facilitar o controle de jogo. Quanto às regras, uma partida dura entre 20 e 30 minutos, sendo disputada até 11 ou 15 pontos, a depender do torneio. Os competidores utilizam a raquete para jogar a bola para o outro lado, podendo bater apenas uma vez no seu campo.

A parte da pontuação é mais complexa. Pensando em uma partida de duplas, antes do saque, cada jogador diz três números: o primeiro, referente a pontuação do seu time; o segundo, referente a pontuação do adversário; e o terceiro, referente ao jogador que está sacando. Vale destacar que cada integrante da dupla deve escolher se será o “número 1” ou o “número 2”.

Se a dupla que está sacando marca um ponto com o jogador 1, o sacador troca de posição com o seu companheiro, mas segue no saque. Caso o time perca a disputa, o saque passa para o jogador 2, e o time adversário não pontua. Após a perda do ponto em um lance iniciado pelo saque do atleta 2, a outra dupla ganha o direito de sacar. Portanto, o ponto só acontece se alguém da dupla estiver sacando.

Em partidas individuais, o sistema que se assemelha a “vantagem” do vôlei, que durou até 1998, segue sendo utilizado. No entanto, por se tratar de um duelo entre dois competidores, se diz apenas o número referente a pontuação de cada time.


A descoberta do pickleball

Em 2015, enquanto realizava um treino, Simone Jardim ouviu de um homem que deveria praticar pickleball. Em função da relação intensa com o esporte, principalmente os com raquete, ela procurou saber mais sobre o esporte e, em pouco tempo, já estava apaixonada pela prática.

– O pickleball é praticado há mais de 50 anos, mas até pouco tempo ele não era tão desenvolvido assim. Quando ele me falou sobre, eu disse que adoraria jogar, porque eu jogo qualquer esporte. Sempre fui assim. Aos poucos, eu comecei a jogar e, quando eu vi, estava jogando até na hora do almoço – comentou, de forma bem-humorada.

Simone Jardim em ação em uma das etapas do APP Tour, competição da qual já venceu algumas vezesFoto: APP Tour (Divulgação)

Com o tempo, Simone começou a participar de jogos casuais, contando com a participação de seu marido, o australiano Chad Edwards, que hoje atua como comentarista em transmissões de pickleball. Em um dos primeiros torneios que disputou, a santa-mariense conheceu as duas fundadoras do US Open de Pickleball, uma versão do famoso torneio de tênis, que é visto como o principal campeonato de pickleball no mundo. Na primeira edição, em 2016, Simone Jardim venceu na categoria individual.

Em agosto de 2016, a família decidiu se mudar para Naples, na Florida, local onde ocorre o US Open. Simone passou a dar aulas em um complexo esportivo na cidade e pôde se dedicar mais às competições. Atualmente, ela mora em Mount Juliet, Tennessee, ao lado do marido e dos dois filhos: Alexas, de 15 anos, e Landon, de 10 anos. Por lá, eles criam alguns animais e possuem uma quadra para a prática da modalidade.


Referência mundial

Aos 44 anos, Simone Jardim segue jogando, mas reforça que já não é mais a melhor jogadora, visto que uma nova geração de atletas está surgindo. Em oito anos como profissional, ela venceu duas vezes (2017 e 2018) as três competições do US Open: individual, duplas e duplas mistas. Em 2019, conquistou o ouro nas categorias individual e duplas mistas, além da prata nas duplas. Nos anos seguintes, ela deixou de participar da categoria individual, conquistando medalhas importantes nas modalidades em conjunto.

Em função do desempenho, a gaúcha ocupou durante anos o primeiro lugar do ranking mundial. Além disso, a atleta é patrocinada pela Joola, principal marca de artigos esportivos no pickleball, e possui uma linha de roupas e de raquetes assinadas por ela. Vale destacar que a santa-mariense será introduzida no Hall da Fama do Pickleball em novembro.

Simone Jardim utilizando raquete e roupas de sua linhaFoto: APP Tour (Divulgação)

Ao ser questionada sobre ser a maior jogadora da história do esporte, ela prefere não responder, mas reforça a importância que tem no cenário, principalmente se tratando de jogadores que atualmente estão em alto nível.

– Eu acho que mudei a mentalidade do jogo. Eu tenho orgulho do que fiz, porque sempre trabalhei duro pelo esporte. Eu ajudei muitos a chegarem onde chegaram. Se você falar algum nome de destaque no pickleball, eu influenciei essa pessoa de alguma forma. Alguns eu até treino – reforçou, Simone, orgulhosa.


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